domingo, 20 de dezembro de 2015

Doem-me as lembranças



É no Natal que mais me doem
as lembranças!
Tempos longínquos envoltos
em coloridos tons,
imagens de alegria, 
sons de família, 
odores quentes
de uma casa viva!
As cores do Natal, presentes
em cada canto,
 iguarias feitas com amor,
 por mãos sábias
das minhas mães,
tão queridas!
Saudades, ninguém me as tira
do tempo fértil em cumplicidades,
da mesa apetitosa, 
da azáfama,
do nosso Natal!
Ouço ainda as vozes animadas
daqueles memoráveis dias,
sinto as ausências 
dos que partiram
e me fazem
tanta falta!
É assim agora o meu Natal:
Lembrança dolorosa.
Mª Dulce Branquinho

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Memórias

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Tenho na alma 
as lembranças
tão boas 
de um passado feliz!
Doem-me de tão distantes 
as memórias porque 
apenas o são.
Não as quero 
de tanto as amar!
Se as não posso jamais
 reviver, 
de que servem 
essas quimeras?
Lágrimas 
escorrem -me da alma,
por uma ilusão desfeita 
num despertar tão triste e cruel!
Eu queria ser uma pedra,
uma rocha
inerte, 
rija e
insensível.

Mª Dulce Branquinho

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Não consigo compreender

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Sinto a raiva da vergonha
de ser Humano.
Dói-me a alma pelos que partiram.
Não consigo compreender.
Na minha mente a escuridão.
Que Deus é este que permite
a morte em seu nome?
Não consigo compreender.
Enoja-me ver os rostos
dos que a sorrir nos fazem chorar.
Não consigo compreender.
Que seres sem alma, sem dor,
põem fim a vidas humanas,
sem arrependimento, 
sem pudor?
Não consigo compreender.
Não é ódio o que sinto.
É somente dor, raiva e vergonha.
É mais uma desilusão.
É mais uma acha na fogueira
da minha descrença.
Consigo agora compreender:
Deus não existe!
Deus, se existe, é mau,
cruel e não ama!

Mª Dulce Branquinho

domingo, 15 de novembro de 2015

Vive la France!



Vivam os ideais da liberdade!
 Viva a democracia!
Hoje somos todos Franceses!

Estamos solidários com as famílias das vitimas deste brutal atentado à liberdade, à democracia, à fraternidade e à igualdade de todos os seres humanos. 
Unidos seremos mais fortes. 
Solidários seremos mais humanos e nada vencerá a razão!
Mª Dulce Branquinho

sábado, 26 de setembro de 2015

Vi no Alentejo



 Monte Alentejano com Papoilas 2006 - Óleo sobre tela de linho - Salvação Barreto

No verão, as amoras negras nos silvados
que visão que apelo!
As maias à beira dos caminhos 
na Primavera, que luz, 
que alegria!
As papoilas vermelhas
lembrando o sangue
 derramado em terras de luta!
O rosmaninho  a espreitar
por entre ervas companheiras,
que sugestiva a sua cor!
Vi castanhas ainda dormindo 
em seus refúgios,
anunciando a chegada do outono.
As videiras  amadurecendo seus cachos,
que hão de ser doces e mágicos 
por um sol implacável!
Vi pássaros voando, planando, 
das  suas vidas cuidando.
Vi sobreiros, vi azinheiras que retorcidas,
teimosamente resistem e se projetam
 na terra seca.
Vi montes, vi cabeços,
 vi ribeiras de águas caladas.
Ouvi o silêncio deste lugar em paz,
inspiração maior de um sonho tão real!

Maria Dulce Branquinho

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Brisa da serra



Sinto agora a fresca e pura brisa da serra
que me acalma e me afaga as memórias
de contos sobre dores da fome e da guerra,
 o medo a crescer-me em secretas histórias.

À lareira no crepitar do lume aos serões
vi demónios soltos em chamas vibrantes,
vi lobisomens, bruxas, sapos e escarpões
que me invadiam em sonhos delirantes.

À luz do dia era mais feliz a velha aldeia:
o som das vozes gritadas todas as manhãs,
o cantar dos galos, o zumbir da colmeia,
colhendo amoras, figos ou frescas maçãs.

Era a vida  na velha aldeia de carvalhos,
de um povo tisnado e rijo de terras raianas;
brancas casas de  telha vã e frescos soalhos,
fugindo ao sol a castigar terras alentejanas!

Maria Dulce Branquinho

sábado, 15 de agosto de 2015

Step by step to the end


Step by step older we all grow
on our ways towards the end.
When to stop we'll never know
 if our mistakes we will ever mend.

Taking pleasure of living times
  reason we came to this very life.
Mine hasn't had too many signs,
 as often I've been in a hard strife.

Nobody cares about my feelings,
Nobody knows me so well as you
Nobody inside of me was digging
trying to find about my real true.

Mª Dulce Branquinho

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Meus lírios, minhas mágoas

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Olhei os lírios campestres em suave magia
despontando em sua cor meu sofrimento!
Mágoas me transmitiram que eu já sentia
no fundo da minh' alma, constrangimento!

Na solidão da planície minha tristeza despejei
e em longos instantes sem pressas a percorri.
Como moribunda de alegrias meu sonho matei,
afogado em lágrimas que ali tão solitária verti!

No ar o aroma dos lírios se mantinha ileso
qual vigília à mortalha de meus puros desejos!
No firmamento a noite vinha de luar aceso
guiar meus passos em direção a teus beijos!


Mª Dulce Branquinho

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Amanhecer na planície



Acorda o astro rei
 na planície Além Tejo 
e toda a natureza
desperta aos seus 
primeiros raios!
Depois do fresco orvalho
reparador,
anuncia-se agora, 
mais um dia abrasador!
É Verão.
Tudo é escaldante sob o sol
lá no alto.
Toda a vida resiste,
se recolhe e persiste,
avezada,
a esta luta incessante,
pela sobrevida!
Na planície, como em
nossas vidas,
é na luta que em frente 
seguimos, 
rumo aos nossos sonhos 
caminhamos!
Mª Dulce Branquinho


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O Meu Filho


Alto, esguio, de andar saltitante, 
olhos grandes e vivos de uma 
invulgar inteligência-
 é assim o meu filho!
Temperamento amável,
por vezes tímido e, não raro impaciente,
ama o saber, despreza o ódio
de ignorâncias feito.
Questiona, procura,
divide-se em saberes vários e
em suas demandas não se cansa.
Meu filho, minha vida,
razão do meu ser
alegre e lutador!

Mª Dulce Branquinho

sábado, 1 de agosto de 2015

Vila-Moura



De gentes passageiras,
moira encantada na magia
do AMOR,
como uma miragem 
ergues-te sobre um chão fértil.
Outrora por sábios povos 
escolhida,foste 
sua terra muito amada.
És, hoje, oásis dos Algarves
 daquém mar
de Portugal,
urbe florida,
de bem estar, 
em todas as estações,
fonte de Amor,
refúgio abençoado!
Mª Dulce Branquinho

Alma minha




Silêncios de dor,
Tormentosa alma,
vazia em ausências,
tão solitária!
Vivo as lembranças
com dor e saudade.
 Pedaços da minh'alma
clamam pelo
calor que outrora
senti!

Mª Dulce Branquinho

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Eu, o cigano e uma talhada de melancia



Numa destas sextas feiras de Verão fui ao mercado feira da Póvoa de Sta Iria. Tempo muito agradável agitando uma brisa sob um céu nublado mas de calor moderado. Dei graças por estar assim porque havia tanta coisa boa para comprar e a preços tão convidativos, que simplesmente não resisti. Andei por lá umas boas duas horas. Roupas, sapatos, malas, bijutaria, carpetes, atoalhados... ,vende-se ali de tudo um pouco até os "comes" frescos ou grelhados, em sandes ou pratinhos, peixe , enchidos e fumados, bacalhau, enfim, tudo o que nos faz felizes, sobretudo pelos preços. 
Estava já prestes a deixar todas estas oportunidades para trás, quando me deparo com uma banca de "chanatos" a 3,50€. Nem de propósito, uns branquinhos com um laço vinham mesmo a calhar . Peguei nuns para ver o número e logo cheia de prontidão e solicitude, a cigana se aproximou para me ajudar na procura do par, no meio daquele amontoado de chinelos de todas as cores e feitios. Ali estivemos até dar com o par. Experimentei-os e não é que me ficavam a matar? Com isto tudo seria já próximo da hora do almoço e o sol resolveu brindar-nos com os seus sorridentes e quentes raios, pelo que comecei a transpirar, cheia de calor. De repente ouço uma voz do outro lado da banca:
- Olhe, não quer uma talhada de melancia? Era o marido da cigana que, de faca em punho cortava talhadas de melancia e as distribuía aos dois filhos pequenos. Os gaiatos comiam-na avidamente e o sumo escorria-lhes pelo queixo, indo alojar-se nas T-shirts da moda. Tudo isto me pareceu surreal e não  respondi logo, tal era a surpresa. Voltou então a repetir: - Quer uma talhada? É muito doce. Regressei à realidade sempre a pensar : -Isto não me está a acontecer, isto não é real. Respondi então que  não, embora melancia fosse a minha fruta preferida e agradeci a oferta. Voltou à carga:- Vá coma, é muito boa. Dei então comigo a aceitar. 
Era de facto muito doce e sumarenta e, para dizer a verdade, soube-me pela vida.- Mas então o que faço às cascas? perguntei aflita. - Deite-as para baixo da banca que eu depois apanho-as. E lá estava eu toda lambuzada e a cuspir as pevides para o chão, sabia lá eu o que lhes fazer! Deu-me então um guardanapo de papel. Limpei a boca, paguei os "chanatos", agradeci e regressei a casa. No caminho parecia-me que nada disto tinha acontecido. e pensei: Olha, os ciganos também sabem ser doces e ri-me de mim própria, que coisa tão boa! 

Maria Dulce Branquinho

sábado, 18 de julho de 2015

On the wings of dream

On the Wings of a Dream ©2008 Caryl Bryer Fallert
On the wings of a dream by Caryl Bryer Fallert 

Lost on the wings
of my dreams
I fly away 
from this poor
earthly life.
I dream and enjoy
the pleasures of imagination.
I fancy there is
no war,
no illnesses,
or hatred.
I wish there were 
no children suffering,
no crime
or poverty
on the face of this planet.
But then when I wake up
my heart starts bleeding
for everything I dreamt
is nothing
but 
a fearful cold
Lie!

Maria Dulce Branquinho


sexta-feira, 17 de julho de 2015

From the balcony of my bedroom



    Original Art Oil/Acrylic Painting,

         by: Linda Flowers (United States)



From the balcony of my bedroom
I can guess the sea beyond
the sad concrete jungle.
I cannot see it, though I feel it's there, 
deep in my brain, in the botton of my soul!
I want to feel it, imagine the waves
shattering the rocks of a cliff,
bathing the beaches,
refreshing our minds.

From the balcony of my bedroom
my eyes reach the skyline and
I can feel the sea is there,
wating for my thoughts,
eager to please me in my sadness
ready to listen to my sorrows,
to wash my tears away!
Maria Dulce Branquinho

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Embaixadora do AMOR



A vida, essa madrasta, ceifou-me
uma amizade longa e de exemplo.
Quando o corpo cede à doença
de um século de progressos em
admiráveis conquistas e guerras
tão vis quanto o ódio pode construir,
sinto chamas, sinto dor!

É desses progressos amaldiçoados
que a minha revolta agora fala.
De alguém pela paz, pela ajuda
num desinteresse apenas movido
pelo amor e pela amizade.
Alguém que ninguém pode esquecer!

Foi agora desferido mais um rude golpe
no meu peito,na minha razão.
Tão cruelmente irónica a nossa existência.
Era ela, a minha amiga, de uma dedicação
a todos os frágeis que não pôde  ser retribuída,
A quem ninguém pôde valer!

Apenas fica a lembrança dolorosa, ainda quente .
Estás onde estiveres, mais tranquila,
mais em paz.
És e serás para sempre recordada
a grande embaixadora do AMOR!

Poema dedicado à minha querida amiga Maria Fernanda Agulheiro


sábado, 11 de julho de 2015

Heróica Natureza


Oh heróica natureza de belas paisagens
assassinadas,
que a tantas feridas resistes!
Sejam as fúrias dos deuses, as mãos 
da estúpida ganância do Homem
ou a  tua própria revolta
 contra todos os desmandes.
Línguas de fogo,
venenos em águas claras, 
restos do consumo incontrolado,
roubos ao espaço 
de vida de outros seres,
para glória dos (des)humanos.
Resistes  ainda assim estoicamente
empenhada em prolongar
tuas fontes de vida imaculadas.
Mas não, o lucro é cego pela fome 
da riqueza e,
usando-te em ignorância,
se ilude com o progresso que corre
em direção ao seu doloroso FIM.

Mª Dulce Branquinho

sábado, 27 de junho de 2015

Laços fraternos


Laços de sangue outrora
estreitos,
são agora mais lassos
e distantes.
Doem de tão soltos e estranhos.
Já quase não são laços,
apenas lembranças de saudade,
Memórias de risos cúmplices,
de vivências comuns, de horas
solidárias, no bem e
no mal.
Tenho saudades desses tempos
de corações dados e vidas comuns!
Tenho vontade de voltar a ter-nos
em nossas vidas, partilhadas 
dia a dia com a alegria de laços 
mais justos, mais felizes, 
mais fraternos!


Maria Dulce Branquinho

domingo, 3 de maio de 2015

Homenagem a minha mãe


Neste dia em que se celebra a Mãe, não posso deixar de fazer uma pequena, mas muito sentida homenagem à minha querida e saudosa mãe. Foi, desde criança, a mais forte dos três filhos. Como mais velha, foi o grande apoio da minha avó que nela delegava tarefas várias, algumas bem ingratas. A família vivia com o magro ordenado de funcionário público do meu avô que contava com a ajuda da minha avó que, estando em casa trabalhava intensamente até altas horas da madrugada, fazendo o que sabia: rendas, tricô e outras prendas daquela época. Viveram as restrições da 2ª guerra mundial e era ela, a minha mãe, que era enviada para as filas com as senhas de racionamento. Era ela que transportava bilhetes com pedidos de ajuda ao tio mais velho, irmão da mãe. Segundo ela, custava-lhe muito esta tarefa. Adoeceu gravemente com uma pleurisia, talvez por causa de uma deficiente alimentação, fruto dos tempos que se viviam.
                 Quantas foram as vezes que. altas horas da madrugada, tinha que sair em busca de uma enfermeira, para que estancasse o sangue à  mãe que talvez pelo cansaço, se soltava do nariz, numa torrente assustadora. Começou a trabalhar ainda estudava. Propôs ao então diretor da escola industrial. abrir o curso comercial para raparigas, em Portalegre, onde nasceu e viveu até casar. Conseguiu, mais doze raparigas e assim abriu o curso comercial feminino em Portalegre. Os meus avós não a conseguiam manter num curso fora da cidade. Gostava de estudar, nunca reprovou e era uma trabalhadora incansável.
                    Depois casou e outra fase começou, não menos dura, que os tempos não eram fáceis. Em Lisboa viveu momentos de grande aperto e solidão. O meu pai ainda permaneceu em Portalegre e ela a viver em casa de uns tios do meu pai, no Largo do Conde Barão, durante quase um ano. Muitas vezes a ouvi contar: " No princípio queria que houvesse um túnel onde me metesse para ir para o trabalho". O bulício da grande capital era ainda uma surpresa pouco agradável. Valeu-lhe uma tia irmã da mãe, em algumas situações, já depois de eu nascer. Por sorte a sua, vivia duas portas acima da repartição onde trabalhava para o ministério das obras públicas, na rua Ferreira Lapa, muito perto das instalações da Polícia Judiciária. Era a sua confidente e grande apoio moral. Uma boa alma esta minha tia-avó, de quem tenho muitas saudades e a quem estendo esta pequena homenagem. A minha mãe era uma lutadora e posso até dizer, uma sacrificada. Em solteira foi o grande apoio dos pais, pois era a filha mais velha. Ainda  a estudar, dava aulas a adultos e o seu primeiro emprego foi na famosa e ainda hoje mundialmente conhecida, fábrica dos tapetes de Portalegre, em funções relacionadas com os desenhos das tapeçarias e de todo o processo de conversão das pinturas, para que os tecelões as pudessem reproduzir por meio dos fios.
                  Após o meu nascimento mudaram-se para um andar por trás da fonte luminosa, na alameda Afonso Henriques, cuja renda lhes levava o seu ordenado, O meu pai, professor do ensino básico, outro moiro de trabalho, dava aulas à noite e explicações. Assim conseguiam ter uma empregada para tomar conta de mim, porque, naquela época, os jardins de infância  eram escassos e caros.Um dia, na segunda semana do Totobola, saiu-lhes o 1º prémio: mil novecentos e tal escudos, precisamente o que lhes estava a faltar para a renda! Foi uma grande alegria e  deu-lhes um novo alento.
                    Além de ser uma belíssima desenhadora, tinha começado por ser datilógrafa e, assim, para ganhar mais algum dinheiro, fazia trabalhos em casa e trabalhou e em ateliers de arquitetura, Enfim, uma vida de trabalho e canseiras. Depois, anos mais tarde, veio a reforma que lhe deixou tempo para tomar conta da casa, cantar num grupo coral, fazer algum teatro, que aliás já tinha feito em solteira e para a mais grata das atividades que foi  tomar conta do primeiro neto, por quem tinha o amor incondicional. Já com os netos crescidos, a dedicação maior era ao meu pai, que, adoeceu gravemente. Depois da primeira intervenção cirúrgica, era a minha mãe a sua enfermeira. Abnegadamente dedicou~se inteiramente ao apoio ao meu pai que veio a recuperar completamente, não sem que, ainda durante este período, ela própria adoecesse e viajasse para uma outra dimensão, deixando uma grande dor em todos nós,  pela surpresa da gravidade da doença, repentina e que, em seis meses, a tirou das nossas vidas, no dia 9 de outubro de 2003, quatro dias após o seu 68º aniversário.
               Sinto hoje, ainda, quase treze anos passados, uma grande saudade e uma revolta que ciclicamente se revela e me conduz a momentos de tristeza e solidão. De minha mãe sentirei  sempre a ausência. A sua imagem estará sempre na minha memória e os seus ensinamentos presentes na minha vida diária. Os seus desejos e preocupações transferidos e sentidos por mim, como se esse facto pudesse perpetuar a sua memória e o  amor e a gratidão que eternamente terei por ela.
Obrigada querida Mãe, por tudo o que me deste!

M. Dulce Branquinho

domingo, 5 de abril de 2015

Interrogações num domingo de sol



Neste domingo de sol,
explosão de natureza,
sentimos na pele o calor da estrela
mãe da nossa vida.
Alegria inesgotável, traz a tantos
feridos de uma qualquer dor,
alento, esperança num futuro
melhor. 
Será mesmo esperança?
Ou desejo profundo?
Necessidade imperiosa para
um mundo em ferida, 
mergulhado em tantos males,
de tantas raízes a gerar
frutos apodrecidos por tanto ódio?
Haverá um dia sol a sorrir para todos?
Ou será apenas num horizonte 
fora do nosso alcance que reside 
o Bem, o Amor e a Paz? 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Morreu Manoel de Oliveira

O maior dos cineastas Portugueses e um dos mais notáveis a nível europeu, deixou-nos esta manhã.

Aos 106 anos, Manoel de Oliveira partiu deste mundo, não sem deixar uma marca indelével em toda a cultura do cinema Português, Europeu e Mundial. De uma energia contagiante e com a determinação de um jovem,  Manoel Cândido Pinto de Oliveira foi um cineasta português e, segundo se diz, foi o mais velho realizador do mundo em actividade. Foi autor de trinta e duas longas-metragens.
Dos realizadores no ativo, Oliveira era o único que tinha assistido à passagem do cinema mudo ao sonoro e do preto e branco à cor. Aliás, o primeiro filme de Manoel de Oliveira foi um mudo.
Manoel de Oliveira nasceu na freguesia de Cedofeita, no Porto. Estudou na Galiza, foi atleta do Sport Club do Porto até ir para uma escola de atores fundada no Porto por Rino Lupo, cineasta italiano. Influenciado por um documentário sobre Berlim, decidiu fazer a sua primeira curta-metragem sobre a faina no Rio Douro: “Douro, Faina Fluvial”, de 1931.
Ainda tentou fazer ficção, altura em que aparece Aniki-Bobó (1942), mas acaba por interromper a carreira por mais de uma década. Volta com “O Pintor e a Cidade”, em 1956, o seu primeiro filme a cores. E prossegue uma carreira intensa, que só agora terminou com “O Velho do Restelo”, uma curta-metragem que lhe levou tempo a financiar.
Manoel de Oliveira faleceu em casa no Porto, a sua cidade natal, onde nasceu em 1908.

domingo, 8 de março de 2015

8 de março - Dia Internacional da Mulher


SER MULHER

Ser forte é ser Mulher,
Lutar, suportar sem nunca ceder.
Ser Mulher é nunca aceitar 
se a querem ver menor.
Ser Mulher é cuidar, amar, mas
nunca calar suas dores, seus anseios
seus sonhos.
Ser Mulher é viver intensamente,
é ser luminosa.
Uma árvore que ama seus frutos e 
por eles pode morrer!
Ser Mulher é, para muitas, sofrer, 
por não o poder ser,
em plenitude!
Mulheres, lutem por vós!
Nunca se verguem, vivam
por vossos sonhos, afirmem-se 
na vontade e no direito de serem 
Mulheres por inteiro!

Mª Dulce Branquinho

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Irrealizáveis sonhos



Ansiosa penso o horizonte
até onde a esperança toca a irrealidade
de um  impossível mundo bom, doce e ameno.
Os meus sonhos viajam por terras inexistentes
em planetas prometidos, de águas e ares puros,
sem frutos proibidos, sem feras nem venenos
sem ódios, sem rancores.
Sofro ainda mais quando regresso e sinto
o chão debaixo dos pés.
Respiro os ares da maldade,
da ignorância atrevida, da inveja incontida,
ou da ganância desmedida !
Tão vil pode ser o ser humano!