domingo, 29 de maio de 2011

Viver


Viver é ser livre.
Pensar, decidir, agir, reflectir sem amarras, sem fantasmas assombrando o nosso ser.
A nossa consciência só será verdadeiramente livre se pudermos colocar em prática as nossas decisões e convicções, sem estarmos reféns do pensamento geral .
Ser livre é ser único. No sentido em que, cada um de nós é um ser de características muito próprias. Devemos manter a nossa individualidade, sempre que acharmos que é essa a nossa vontade, a vontade da nossa consciência, que nos impele a agir sem preconceitos, fiéis a nós próprios.

Os seus comentários são sempre bem-vindos!


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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ao meu pai no dia do seu aniversário


Mais um Verão
O ar é quente
e o Sol
é vida que passa
e não se esgota.
A fruta é madura,
refrescante
e o mar
Sussurra a calma.
Se o tempo passa
a vida é nossa e,
não há tristeza maior
que a de não poder
Viver.
Viver é conhecer da vida
todos os cantos.
todas as estações.
Vive pois, ama 
E agradece!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A pulso

Por caminhos estreitos e sinuosos
vou subindo esta montanha,
 a pulso.
Os ouvidos estalam e a respiração é,
 a cada passo mais ofegante.
Na ânsia de chegar ao topo,
mal consigo contemplar a paisagem.
Estou exausta, nas não paro.
Subo, subo,
 o meu peito arfa,
inclino-me cada vez mais 
para a frente. 
Desejo parar, 
mas não posso!
Há ainda tanto caminho,
tantas pedras a transpor!
E continuo,
Não posso parar,
não quero parar.
Tenho pena de quase não olhar
a paisagem, desfrutar o belo,
aliviar o cansaço,
respirar,
respirar!
Ah, se eu conseguir cumprir este caminho!
Cansada, muito cansada, quase rastejando
mas  feliz!

domingo, 15 de maio de 2011

Pensamentos simples

A força do amor não retribuído
é como um vício
que mata aos poucos,
destroi
e queima
até às cinzas.

A tristeza é um estado doloroso
onde,
perdidos,
nos encontramos.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Foi bom amar-te

Amei uma vida.
Um sonho, que, ao perder-te,
quase morreu.
Recordei a imagem que
acariciei,
guardei e,
sem querer saber,
amei.
Naveguei, naveguei,
meu barco naufraguei,
fui mulher, mãe,
montanhas  conquistei,
á dor 
sobrevivi!
À tempestade, tu minha bonança,
sobrevieste.
Serena, a tua voz amiga
em mim brilhou e,
dos teus olhos jorrava luz
que senti, tão profunda,
a falar de Nós!
E, agora, ambos morremos,
fechámos nossos corações
e
dissemo-nos 
Adeus!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Amiga madrugada

Na madrugada escura
é que o pensamento turvo
se aclara.
É que  a tudo que magoa,
se resiste,
na ânsia,
na esperança
de um sol
nascente.

Fico à espera...

Young Woman Writing
Pierre Bonnard

Voluntariamente forçada
a fechar-me entre as quatro paredes
do meu quarto,
e tendo como companhia a solidão e a tristeza,
encontro consolo no papel e na tinta
que correm à minha medida.
A dor me destrói e me anima,
de uma vontade quase louca
de me sentir Eu.
Há qualquer coisa que pressinto
e que me diz
que falta pouco.
Para quê?
Fico à espera.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mais Reflexões



A tristeza é um estado doloroso
onde, perdidos
 nos encontramos.


A liberdade de viver
é poder fazer, sentir, amar
e dizer
o que o coração
entender.



quarta-feira, 4 de maio de 2011

Dialética

A casa onde vivo,
é a casa onde morro!
Morre-me a vontade,
ardendo numa vigília.
Dilui-se, lentamente, na atmosfera da vida.
Olho-me ao espelho sem vidro,
onde se reflete a alma.
Morro de pé, morro silenciosamente,
dentro de mim, 
sozinha,
sufocada,
numa tristeza alegre que ninguém sabe!

Se eu não estivesse sempre a morrer,
Não podia continuar  a viver!
É a morte que me dá vida,
É a vida que me faz morrer!
                                      
 Eu, neste vai-vem constante,
 perco-me para me reencontrar,
 numa dialética infinita.
Vivo,morro,
renasço,
Enfim
           CRESÇO!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Pequenas Reflexões


Quando o coração sente a raiva
de não se sentir...
então, o chão parece fugir
e a existência...
Essa é tão vazia
que mais vale não existir!

Só quando nos sentimos sós,
dá vontade de encontrar
quem nos empreste a razão
e a vontade de lutar.


PERCURSO



O meu percurso de batedora insaciável,
numa selva a transpor
os limites do meu possível,
é feito de múltiplos muros,
cuja escalada é,
Apenas,
a dos Himalaias.
O meu Evereste poderá ser
o meu próprio ascender
ao Além.
ou
o esgotamento da vontade de o alcançar!
Interrogo a minha progressão
e ela revela-me a ânsia do que está
para além de si.

A cada passo abrem-se-me alçapões,
tão escuros, tal os horizontes que descortino.
A cada passo me surgem véus finíssimos
que me deixam entrever
contornos de coisas possíveis.
Suavemente,
a medo,
levanto-os e suspendo
a respiração,
para logo a retomar,
em plena desilusão.
Toda a magia do desconhecido
se diluíra
na dureza do usual.
Nos meus olhos frios de amargura,
marejados de contrariedades,
rasos de prantos inúteis,
reflete-se agora,
não a leveza dos contornos das coisas ilusoriamente
possíveis,
mas,
O peso frio da realidade,
dos possíveis impossíveis,
da magia desvendada,
da imaginação reprimida,
do Tudo, do Nada!