100 anos da Primeira Guerra Mundial

Celebram-se este ano os 100 anos da primeira Guerra Mundial. 

Devastadora, durou 4 violentos anos com um resultado de cerca de 10 milhões de mortos.

Foram várias as causa desta guerra:

Com uma  disputa acirrada pelo mercado mundial, foram surgindo os primeiros sinais de que uma grande guerra estaria para breve. O países da Europa começaram a investir em tecnologia de guerra, engrossando as fileiras do exército. Além disso, foi desenvolvida uma política que ficou conhecida como “política de alianças”. Foram assinados acordos militares que dividiram os países europeus em dois blocos, que mais tarde dariam início a primeira Guerra Mundial. A divisão colocava de um lado a Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro, que formavam a Tríplice Aliança, e do outro a Rússia, França e Inglaterra, compondo a Tríplice Entente.

Não podemos esquecer das rivalidades e sede de vingança que existiam entre a França e a Alemanha, já que no final do século XIX durante a Guerra Franco-Prussiana o país tinha perdido a região da Alsácia-Lorena para os Alemães, e agora desejavam poder retomar a região.

Uma das causas que provocou a guerra propriamente dita foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, enquanto fazia uma visita a Sarajevo, região da Bósnia-Herzegovina. O criminoso era um jovem que pertencia a um grupo Sérvio (Mão Negra) que era contra a intervenção da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. Insatisfeito com as atitudes tomadas pela Sérvia contra o criminoso, o império austro-húngaro declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914.

O arquiduque Franz Ferdinand

Com a guerra já iniciada, alguns dos primeiros ataques aconteceram contra o continente africano e no oceano pacífico, onde haviam colónias e territórios ocupados pelos europeus. A África do Sul foi atacada pelas forças alemãs em 10 de agosto, pois as terras pertenciam ao império Britânico. A Nova Zelândia invadiu a Samoa, que pertencia a Alemanha, e a Força Naval e expedicionária Australiana desembarcou na ilha de New Pommem, que viria a se tornar futuramente a Nova Bretanha, que na época fazia parte da chamada Nova Guiné Alemã.

Coube ao Japão invadir as colónias micronésias e o porto alemão que abastecia carvão, de Qingdao, na península chinesa de Shandog.

Todos estes ataques fizeram que, em pouco tempo, a Tríplice Entende tivesse dominado todos os territórios alemães no Pacífico.

No ano de 1917 os Estados Unidos decidiram entrar na guerra. Posicionaram ao lado da Tríplice Entente, já que tinham acordos comerciais milionários envolvidos com países como Inglaterra e França. Esta união foi crucial para a vitória da Entente, o que acabou forçando os países derrotados a assinarem a rendição.

A partir de então foi feito o Tratado de Versalhes, que impôs aos derrotados fortes restrições, fazendo que, por exemplo,

•  a Alemanha reduzisse o  seu exército, que fosse mantido um controle sobre a indústria bélica do país;
•  a devolução da região Alsácia-Lorena à França, além de ter que pagar os prejuízos da guerra aos países vencedores.

Cerimónia de assinatura do Tratado de Versalhes no dia 28 de junho de 1919

A guerra trouxe inúmeras consequências, entre elas:

• Centenas de Famílias destruídas e crianças órfãs (Cerca de 10 milhões de mortos)
• Os EUA  tornaram-se o país mais rico do mundo
• Fragmentação do império Austro-Húngaro 
• Surgimento de alguns países (Iugoslávia) e desaparecimento de outros
• Divisão do império turco após 200 anos de decadência 
• Aumento do desemprego na Europa

No que à  participação de Portugal diz respeito, esta foi desastrosa, com um resultado ao nível das baixas humanas de cerca de 7000 soldados, só na batalha de La Lys, apesar de muito se ter falado de uma preparação das tropas Portuguesas como se dum milagre se tratasse ( na verdade teria sido um  milagre, se tal tivesse acontecido, com uma preparação relâmpago- o chamado Milagre de Tancos). Os soldados Portugueses, mal preparados e mal equipados, participaram nas hostilidades, com bravura e sentido patriótico, mas foram, sem dúvida, a chamada "carne para canhão". Fica, no entanto, a ideia que, apesar das baixas, estas batalhas em que os soldados Portugueses se envolveram, foram determinantes para o sucesso das forças aliadas.

Soldados nas trincheiras