quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Existo triste


Tudo à minha volta é cinzento, sombrio e triste.
Chove-me por dentro e tenho frio.
Cresce-me por dentro uma dor que não sei conter.
Dói-me o peito, dói-me a alma.
É dor de tantas incompreensões feita,
de punhaladas frias e palavras amargas.
É dor crescente , desesperada, letal.
É como se a morte viesse todos os dias
desejar-me um bom dia, tantas as ideias
que me perpassam a cabeça e me atormentam
a alma ferida.
É o corpo que quer desligar-se
e a vida a esvair-se, já sem fulgor, sem destino.
Sem amor, sem alento,sinto que sou uma vida sem sentido:
só existo, não sou.

Mª Dulce Branquinho


quinta-feira, 22 de agosto de 2013


Claude-Achille Debussy(Saint-Germain-en-Laye22 de Agosto de 1862 — Paris25 de Março de 1918) foi um músico e compositor francês.

A música inovadora de Debussy agiu como um fenómeno catalisador de diversos movimentos musicais em outros países. Em França, só se aponta Ravel como influenciado, mas só na juventude, não sendo propriamente discípulo. Influenciados foram também Béla BartókManuel de FallaHeitor Villa-Lobos e outros. Do Prélude à l'après-midi d'un Faune ("Prelúdio ao entardecer de um Fauno"), com que, para Pierre Boulez, começou a Música moderna, até Jeux ("Jogos"), toda a arte de Debussy foi uma lição de inconformismo .
A vocação musical do jovem foi descoberta por Mme Fauté de Fleurville, que o preparou para o Conservatório, onde foi admitido em 1873.
Em 1884 recebe o Grande Prémio de Roma de composição. Viaja para Moscovo, com Mme von Meck, protetora de Tchaikovsky, interessando-se pela obra do então desconhecido Mussorgsky, que o influenciará.
Após uma estada na villa Médici, em Roma, retorna a Paris, em 1887, entrando em contato com a vanguarda artística e literária. Frequenta os mardis de Mallarmé (reuniões semanais realizadas às terças-feiras, na casa do poeta simbolista Stéphane Mallarmé). No mesmo ano conhece Brahms, em Viena. Em 1888 ouve, em BayreuthTristão e Isolda, de Wagner, que lhe causa profunda impressão. Em Paris, na exposição de1889, ouve música do Oriente.
Por volta de 1887, inicia uma relação com Gabrielle Dupont. Os dois viverão juntos durante quase dez anos - Debussy levando uma vida boémia.
À exceção de algumas peças mais conhecidas, Debussy deixou obra pouco acessível, pelo caráter inovador. Para o grande público seu nome está ligado aos sketches sinfónicos de La Mer (1905), ao terceiro movimento da Suite bergamasque (1809-1905), Luar, aos noturnos para orquestra e algumas peças dos Prelúdios para piano. É o Debussy impressionista, autor de uma música vaga 'que se ouve com a cabeça reclinada nas mãos', segundo Cocteau.
in Wikipedia

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Morreu Urbano Tavares Rodrigues

Urbano Tavares Rodrigues morre aos 89 anos deixando uma obra admirável repleta de Humanismo
e de uma visão concreta da vida e do sofrimento humano, de uma consciência do indivíduo face a si mesmo e aos outros até ao reconhecimento de uma identidade social e política.

Autor prolífico, figura como um dos mais prestigiados escritores da segunda metade do século XX em Portugal, sendo a sua obra marcada pela consciência do indivíduo face a si mesmo e aos outros, até ao reconhecimento de uma identidade social e política. Além de romances, escreveu em diversas revistas e jornais, como o Bulletin des Études Portugaises, a Colóquio-Letras, o Jornal de LetrasVérticeNouvel Observateur, entre outros. Foi director da revista Europa e crítico de teatro d'O Século e do Diário de Lisboa. Enquanto repórter percorreu grande parte do mundo, tendo reunido os seus relatos de viagem nos volumes Santiago de Compostela (1949), Jornadas no Oriente (1956) e Jornadas na Europa (1958).
Partidário de um comunismo ortodoxo, Urbano afirma que a sua obra foi influenciada pelo existencialismo francês da década de 1950; mais tarde, na sequência da sua detenção no forte de Caxias, durante o salazarismo, surge como autor da literatura de resistência, a que se seguiu um novo período, mais optimista, no pós-25 de Abril.
Recebeu variados galardões literários, como o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, com a obra Uma Pedrada no Charco — é de salientar que o seu pai, Urbano Rodrigues, já tinha vencido este prémio na edição do ano de 1948, com a obra O Castigo de D. João —, o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários, o Prémio da Imprensa Cultural, o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.
in Wikipedia

Em 6 de agosto de 2013 foi internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, onde faleceu três dias depois. A causa da morte não foi divulgada.

Vencedor de vários galardões literários, o escritor deixa uma vasta obra, que atravessa o romance, a prosa poética, o ensaio e o conto.

Novo livro de Urbano Tavares Rodrigues"Nenhuma Vida", será publicado ainda este ano (in Jornali)
Alguns livros da sua autoria:


Entre cerca dos cem títulos que publicou, em mais de 60 anos de carreira literária, destacam-se "Bastardos do Sol", "Dissolução", "Estrada de morrer", “Agosto no Cairo: 1956”, “O Tema da Morte na Moderna Poesia Portuguesa", integrado depois em "O Tema da Morte: Ensaios”, “O Algarve na Obra de Teixeira Gomes”, “A Saudade na Poesia Portuguesa”, “A Natureza do Ato Criador”, “O último dia e o primeiro”, “Contos da solidão”, “Os insubmissos”, “Tempo de cinzas”, “Torres Milenários”, "Bastardos do Sol", “O Algarve em poema”, “Os Cadernos Secretos do Prior do Crato”.

Entrevista com Urbano Tavares Rodrigues na Antena 1, conduzida pelo jornalista Mário Galega em finais de 2012

Antena 1 - Entrevista a Urbano Tavares Rodrigues

domingo, 30 de junho de 2013

Dia e noite em angustia


Hoje foi Verão, mas há um frio interior
que nos queima a alma.
É um frio que nos faz arder de raiva,
de revolta, a cada dia mais profunda.
É bem lá no fundo, no inferno escaldante
da nossa vida, que este frio magoa  por ser tão
afiado, esquartejando, pouco a pouco,
cada pedaço da vida de quem nada tem.
Para muitos estes dias de Verão passam lentos,
fazendo sentir mais a fome à luz do dia.
Dormir ainda pode ser saída para uma barriga
cheia de nada. Mas agora não, que os dias são longos
e a noite tarda. Apenas se o sol brilha se podem
desentristecer essas vidas meias perdidas.
Neste país há dias que mais parecem noites,
de tão tristes e sombrios e há noite que parecem dias,
por se passarem em claro, sob o sol escaldante da angustia.

Mª Dulce Branquinho


terça-feira, 11 de junho de 2013

Céu cinzento



Povoam nosso céu nuvens lentas,
de uma tristeza cinzenta que
em lágrimas ainda não se desfez.
Choram almas, partidas,
saudosas dos que nelas cavalgaram
para, noutras paragens,
transformarem a dor.
A dor não acaba, apenas se adia
e esconde numa euforia doente.
Há nuvens no nosso peito
que teimam e queimam e doem e
criam raízes que
dão flores tristes, sedentas,
de cores desmaiadas por um sol
que já não aquece, não dá vida,
não alegra.
Melhores dias, virão?

Mª Dulce Branquinho


sexta-feira, 7 de junho de 2013

I Love my pupils

I love my pupils
even if they're talkative and  noisy,
are very  active and may look crazy!
If they're diligent, hardworking and altruistic,
are lazy, naughty and think they're fantastic!
I love my pupils
when they  love working and do really care
or if they're late, too quiet and refuse to share
their problems, thoughts, frustrations or fears
when they laugh, play or simply shed their tears !
They are my pupils and I worry if they fail,
I seek for their reasons watching their trail,
give my shoulder when they stumble or fell, 
when they do certain things and look so cruel!
I love my pupils!
Today was their last day of high school classes,
the end of a long  journey  if everyone passes.
They were very happy although there were cries
forecasting how they'll miss these careless times!
So I wish all of them to be hopefull and tough
determined, stubborn, diligent but never rough!
I  will always love my pupils till the end of my time,
even when they're far away and  are no longer mine!

M;ª Dulce Branquinho

terça-feira, 28 de maio de 2013

Mia Couto ganha prémio Camões

       
 O vencedor do prémio literário mais importante da criação literária da língua portuguesa é o escritor moçambicano autor de livros como Raiz de Orvalho,Terra Sonâmbula e A Confissão da Leoa . É o segundo autor de Moçambique a ser distinguido, depois de José Craveirinha em 1991.
    O júri justificou a distinção de Mia Couto tendo em conta a “vasta obra ficcional caracterizada pela inovação estilística e a profunda humanidade”, segundo disse à agência Lusa José Carlos Vasconcelos, um dos jurados.A obra de Mia Couto, “inicialmente, foi muito valorizada pela criação e inovação verbal, mas tem tido uma cada vez maior solidez na estrutura narrativa e capacidade de transportar para a escrita a oralidade”, acrescentou Vasconcelos. Além disso, conseguiu “passar do local para o global”, numa produção que já conta 30 livros, que tem extravasado as suas fronteiras nacionais e tem “tido um grande reconhecimento da crítica”. Os seus livros estão, de resto, traduzidos em duas dezenas de línguas.Do júri, que se reuniu durante a tarde de ontem, segunda-feira ,no Palácio Gustavo Capanema, sede do Centro Internacional do Livro e da Biblioteca Nacional, fizeram também parte, do lado de Portugal, a professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa Clara Crabbé Rocha (filha de Miguel Torga, o primeiro galardoado com o Prémio Camões, em 1989), os brasileiros Alcir Pécora, crítico e professor da Universidade de Campinas, e Alberto da Costa e Silva, embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras, o escritor e professor universitário moçambicano João Paulo Borges Coelho e o escritor angolano José Eduardo Agualusa.
          Também em declaração à Lusa, Mia Couto disse-se "surpreendido e muito feliz" por ter sido distinguido com o 25º. Prémio Camões, num dia que, revelou, não lhe estava a correr de feição. “Recebi a notícia há meia hora, num telefonema que me fizeram do Brasil. Logo hoje, que é um daqueles dias em que a gente pensa: vou jantar, vou deitar-me e quero me apagar do mundo. De repente, apareceu esta chamada telefónica e, obviamente, fiquei muito feliz”, comentou o escritor, sem adiantar as razões.
          O editor português de Mia Couto, Zeferino Coelho (Caminho), ficou também “contentíssimo” quando soube da distinção. “Já há muitos anos esperava que lhe dessem o Prémio Camões, finalmente veio”, disse ao PÚBLICO, lembrando que passam agora 30 anos sobre a edição do primeiro livro de Mia Couto em Moçambique, Raiz de Orvalho.O escritor não virá à Feira do Livro de Lisboa, actualmente a decorrer no Parque Eduardo VII, porque esteve na Feira do Livro de Bogotá, depois foi para o Canadá e só recentemente voltou a Maputo. Zeferino Coelho espera que o autor regresse a Portugal na rentrée, em Setembro ou Outubro.
          Nascido em 1955, na Beira, no seio de uma família de emigrantes portugueses, Mia Couto começou por estudar Medicina na Universidade de Lourenço Marques (actual Maputo). Integrou, na sua juventude, o movimento pela independência de Moçambique do colonialismo português. A seguir à independência, na sequência do 25 de Abril de 1974, interrompe os estudos e vira-se para o jornalismo, trabalhando em publicações como A Tribuna,Tempo e Notícias, e também a Agência de Informação de Moçambique (AIM), de que foi director.
          Em meados da década de 1980, regressa à universidade para se formar em Biologia. Nessa altura, tinha já publicado, em 1983, o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Aquela imagem




Chorei convulsivamente.
Apenas uns segundos daquela imagem,
bastaram.
Era o sofrimento em forma de rosto,
em rugas desfeito.
Os olhos pequeninos, marejados
de tristeza, vermelhos, suplicantes,
famintos.
Numa mão, quase caídao, um prato branco,
de um  qualquer velho vaso.
Na outra a bengala, mal suportava o peso da idade
provecta em sonhos desfeita, do corpo curvado.
Estava ali, a imagem da miséria, da tristeza de se ser velho,
num país de insensível "gente".
Nem alma têm! Nem olhos.
Do coração, apenas dizer que os mantém vivos,
mas que não sente.
Um dia, quem sabe, esta gente agora sábia,
venha realmente a saber, sentindo, finalmente,
o gosto amargo
e triste
de ser velho e pobre, navegando à bolina.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Dia Mundial do LIVRO

Cartaz Dia Mundial do Livro 2013, autoria Gemeo Luís

23 de Abril celebra-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. A data tem como objetivo reconhecer a importância e utilidade dos livros, assim comoincentivar hábitos de leitura na população.
Os livros são um importante meio de transmissão de cultura e informação, eelemento fundamental no processo educativo.
No Dia Mundial do Livro decorrem várias ações de promoção dos livros e da leitura, organizados por livrarias, associações culturais, escolas, universidades e outras entidades.

Origem da data

A UNESCO instituiu em 1995 o Dia Mundial do Livro. A data foi escolhida por ser um dia importante para a literatura mundial - foi a 23 de Abril de 1616 que faleceu Miguel de Cervantes e a 23 de Abril de 1899 nasceu Vladimir Nabokov.
A data serve ainda para chamar a atenção para a importância do livro como bem cultural, essencial para o desenvolvimento da literacia e desenvolvimento económico
O dia 23 de Abril é também recordado como o dia em que nasceu e morreu o escritor inglês William Shakespeare.

Alguns Eventos neste dia:
  • A LeYa vai-se encontrar no interior dos transportes e das estações da Carris, da CP, da Transtejo e do Metropolitano de Lisboa. O objetivo desta iniciativa é sublinhar a importância da leitura, promovendo os autores e o contacto entre a equipa do grupo e os leitores. Na CP, os livros vão ser oferecidos dentro das carruagens, entre as 8 e as 11 horas, nas linhas de Cascais, Sintra, Azambuja e Sado. Na Carris, a oferta vai ser feita no interior dos veículos das carreiras 728, 736, 720 e 15E (elétrico), entre as 13 e as 14 horas e das 17.30 às 19 horas. Já na Transtejo, os colaboradores da LeYa vão-se encontrar nas salas de embarque do Terminal Fluvial do Cais do Sodré e do Terminal Fluvial do Terreiro do Paço, entre as 17.30 e as 19.30 horas. Quanto ao Metro de Lisboa, os passageiros vão ser abordados entre as 13 e as 14 horas e entre as 17.30 e as 19 horas nas estações do Cais do Sodré e do Marquês de Pombal.
  • Setúbal assinala o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, comemorado a 23, com a leitura pública de textos por cerca de um milhar e meio de alunos em vários espaços do concelho.
  • Arranque da Biblioteca Digital de Cascais, acessível a partir dewww.cm-cascais.pt/catalogobibliotecas
  • Em comemoração ao Dia Mundial do Livro, na terça-feira (23), o Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, vai oferecer 10% de desconto na compra de catálogos de exposições organizadas pelo museu.
  • No dia 23, Dia Mundial do Livro, na Casa dos Bicos, será feita uma leitura pública do romance ‘A Jangada de Pedra’, que o comunicado a Fundação afirma ser “o livro mais cervantino de José Saramago”.
  • Aberta para consultas do público, Biblioteca Belas Artes foi a primeira no Brasil certificada com o ISO 9001 (2004) e realiza cerca de 30 mil atendimentos por mês – São Paulo, 22 de Abril de 2013 - A Biblioteca do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo será reaberta ao público na próxima terça-feira (23/4), o Dia Internacional do Livro, após passar os últimos 4 meses em reformas. Os alunos da instituição e o público em geral, que pode consultar as mais de 140 mil obras do acervo gratuitamente, terão acesso a novidades como uma mesa touchscreen para pesquisas no acervo e terminais de consulta nas estantes, dentre outras benfeitorias. Para a semana foram preparados vários eventos comemorativos, que incluem palestras com nomes como o arquiteto Héctor Vigliecca, o cartunista Alvaro Moya e a historiadora e catalogadora do acervo de Guita e José Mindlin – Biblioteca Brasiliana, Cristina Antunes  
  • A Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, vai receber, na terça-feira, Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a final distrital da 7.ª edição do Concurso Nacional de Leitura, destinada aos alunos do 3.º ciclo e secundário.
  • Para comemorar o Dia Mundial do Livro (23 de Abril), a FNAC dedica a segunda quinzena de Abril à celebração da literatura através do lançamento de um prémio literário, da edição de uma colectânea de contos e de uma programação especial repleta de encontros entre escritores e leitores.
    Boas leituras!

terça-feira, 16 de abril de 2013

A vida em Primavera se renova


Agitam-se os seres,
alegram-se os ares,
cobrem-se de verde fresco e jovem,
prados, serras e jardins
de azedas e  papoilas salpicados, 
rivalizando com  malmequeres 
selvagens.
Soam chilreios de amor,
esvoaçantes, frenéticos,
numa alegria incontida
de ver-se, no tempo prolongados.
Zumbidos de abelhas anunciam o mel
que nos adoçará a boca.
E os melros? 
Esses, em seus fatos de gala, cortejam
suas damas, mais discretas, 
mais contidas e difíceis mas, afinal 
criteriosas em suas escolhas.
O sol acarinha os corpos,
alimenta as tenras vidas,
dourando, na caminhada para o fruto, 
as ainda flores que, em brisas 
amenas, soltam seus aromas 
tão fortes e definidos que, mesmo
sem ver, os saberíamos de
PRIMAVERA!

Mª Dulce Branquinho