sábado, 23 de junho de 2012

Tão distante!



Vejo-te a alma no olhar
frio e distante,
Sinto-te longe pelo bater do coração,
lento, sem chama.
Secam-me os olhos,
arrefece-me a alma,
chove no meu peito
dói-me o sentir,
cada dia mais 
pela  tua lonjura.
Frio está o fogo
do sangue que em nós
fervia.
Restam hoje as cinzas
 já geladas pelo tempo 
que correu 
sobre esse passado
tão feliz!

Mª Dulce Branquinho

domingo, 10 de junho de 2012

Há vida na planície


Olho a  charneca sob um sol ardente,
ondulando ao ritmo quente do  suão.
Serpenteiam répteis de corpo fremente,
lutando pela vida, acariciando o chão.

Sob o solo outros seres da planura,
escondem-se do sol  implacável.
A hora da sesta convida à brandura
pausando a vida no Alentejo admirável

Planam no céu rapinas de olhar atento.
Pobres os que ignorantes se aventuram
a ser, por certo, o tão  desejado sustento
dos que, sendo mais  fortes aqui perduram!

Mª Dulce Branquinho

sexta-feira, 1 de junho de 2012

dia Mundial da Criança


Olhar para ti criança,dói-me na alma
de te ver de futuro tão incerto.
Doí-me no peito o que adivinho para ti:
céus cinzentos, mares revoltos, muito frio!
Como será, me pergunto,  teu amanhã?
Terás sonhos?
Serás feliz?
Verás os teus e sorrirás tranquila?
Poderás tu  fazer avançar esta bola,
agora tão pouco colorida?
Neste ainda tão jovem milénio, de bom
pouco se adivinha.
Poderás  tu, um dia, ser
o que para ti hoje sonhamos?
Decerto faremos tudo hoje
para que amanhã
sejas tu a escrever este poema!