Há gente que finge que existe
Nestes dias que hoje correm
Como se um existir assim tão triste
fosse um prémio dos que tudo podem.
Tristes são estes dias da fome,
do desespero dos que nada têm
gratos, na vergonha que os consome,
são mantidos pelas mãos do bem,
em mil pensamentos perdidos
Fracos caminham vagueantes
Almas de tranparentes sentidos
Veem-se-lhes nos rostos as almas
maceradas pelo cansaço, pela dor
As mãos fortes, capazes e calmas
estão agora atadas, caídas - sem valor.
Mª Dulce Branquinho
1 comentário:
Um belo grito de revolta, Dulce!
Resta-nos sempre a poesia para nos aliviar a alma e dar um pouco de beleza a estes dias.
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