sexta-feira, 30 de março de 2012

Os dias da fome


Há gente que finge que existe
Nestes dias que  hoje correm
Como se um existir assim tão triste
fosse um prémio dos que tudo podem.

Tristes são estes  dias da fome,
do desespero dos que nada têm
gratos, na vergonha que os consome,
são mantidos pelas mãos do bem,

Têm olhares vagos e distantes
em mil pensamentos perdidos
Fracos caminham vagueantes
Almas de tranparentes sentidos

Veem-se-lhes nos rostos as almas
maceradas pelo cansaço, pela dor
As  mãos fortes, capazes e calmas
estão agora atadas, caídas - sem valor.

Mª Dulce Branquinho

1 comentário:

Isabel del Toro Gomes disse...

Um belo grito de revolta, Dulce!
Resta-nos sempre a poesia para nos aliviar a alma e dar um pouco de beleza a estes dias.