sábado, 23 de julho de 2011

Mar, meu amigo


Se eu puder olhar o azul do mar
calmo ou revolto,
Se eu estiver triste,
Se nenhuma mão me puder consolar,
Se nada neste mundo me fizer sorrir,
é ele, o mar, que me traz
a paz que o meu espírito grita.
É ele, o mar, tão grande,
capaz de recolher todas as pérolas
de sal que aclaram e purificam
a minha alma escura,
melancólica, saudosa,
sangrando por qualquer dor.
É ele o mar, tão lindo, tão forte,
nosso pai, fonte de vida, o único que,
sem palavras,
ouve os meus lamentos,
recebe todas as  lágrimas,
torna mais leves meus pesos.
Mesmo se o não visse,
apenas o ouvisse,
Seria ele, o mar,
o som do seu vaivém,
o cheiro da sua vida
que haveria de tornar
todas as minhas dores menores.
Mas não, não vejo o mar, não o ouço
sempre que dele preciso.
Triste, amargurada,
já não rio como dantes.

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