Fogem desesperados
em ondas de esperança,
mediterrânicas, cinzentas
espumando de raiva.
Esta raiva de ser túmulo,
esta raiva produzida pela guerra,
espuma batendo nos cascos,
rasgando as águas,
rumo à felicidade.
Que felicidade é esta
de deixar para trás
uma vida, um berço?
A euforia da paz, tantas vezes
aparente e tão relativa.
É apenas a paz de uma guerra
aberta pelo fogo, do cheiro a morte.
É outra a nova guerra.
Da incompreensão,
do medo, da rejeição
do desconhecido.
Magoa, fere e mata
toda a esperança, acalentada
numa longa caminhada.
E agora, que vida?
E agora, que vida?
Mª Dulce Branquinho
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