quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Neste Natal


Neste tempo sonhado de paz
abre-se uma guerra em mim,
sempre e cada vez mais,
saudosa dos que partiram. 
Brigam-me sentimentos
pelo que tenho e não tenho.
Choro por dentro e rio por fora
mas só ás vezes, quando
por instantes o presente  
me arranca ao sonho.
Inertes e frios num sono eterno,
meus entes, meus queridos,
por vós um  vazio jaz
para sempre,
no meu peito!
Eram risos, gargalhadas,
neste tempo de alegria.
Grande azáfama, odores, vozes,
e o frio tornado calor.
Já não gosto do Natal. 
Faltam-me tantos, entre vivos e mortos
que se abriu uma insuportável
ferida profunda  
que sei, nunca fechará!

Mª Dulce Branquinho


1 comentário:

José Branquinho disse...

Dulce! Gostei muito do teu poema!
Como eu te compreendo!
Parabéns! Um beijo
O pai amigo.