Neste tempo sonhado de paz
abre-se uma guerra em mim,
sempre e cada vez mais,
saudosa dos que partiram.
Brigam-me sentimentos
pelo que tenho e não tenho.
Choro por dentro e rio por fora
mas só ás vezes, quando
por instantes o presente
me arranca ao sonho.
Inertes e frios num sono eterno,
meus entes, meus queridos,
por vós um vazio jaz
para sempre,
no meu peito!
Eram risos, gargalhadas,
neste tempo de alegria.
Grande azáfama, odores, vozes,
e o frio tornado calor.
Já não gosto do Natal.
Faltam-me tantos, entre vivos e mortos
que se abriu uma insuportável
ferida profunda
que sei, nunca fechará!
Mª Dulce Branquinho