Tudo à minha volta é cinzento, sombrio e triste.
Chove-me por dentro e tenho frio.
Cresce-me por dentro uma dor que não sei conter.
Dói-me o peito, dói-me a alma.
É dor de tantas incompreensões feita,
de punhaladas frias e palavras amargas.
É dor crescente , desesperada, letal.
É como se a morte viesse todos os dias
desejar-me um bom dia, tantas as ideias
que me perpassam a cabeça e me atormentam
a alma ferida.
É o corpo que quer desligar-se
e a vida a esvair-se, já sem fulgor, sem destino.
Sem amor, sem alento,sinto que sou uma vida sem sentido:
só existo, não sou.
Mª Dulce Branquinho