sábado, 20 de fevereiro de 2016

Da guerra para a guerra

Fogem desesperados
em ondas de esperança,
mediterrânicas, cinzentas
espumando de raiva.
Esta raiva de ser túmulo,
esta raiva produzida pela guerra,
espuma batendo nos cascos,
rasgando as águas, 
rumo à felicidade.
Que felicidade é esta 
de deixar para trás 
uma vida, um berço?
A euforia da paz, tantas vezes
aparente e tão relativa.
É apenas a paz de uma guerra 
aberta pelo fogo, do cheiro a morte.
É outra a nova guerra.
Da incompreensão,
do medo, da rejeição 
do desconhecido.
Magoa, fere e mata 
toda a esperança, acalentada
numa longa caminhada.
E agora, que vida?
Mª Dulce Branquinho


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