domingo, 20 de julho de 2014

Fui terra




Nesta  que um dia foi terra
germinou uma semente e depois,
como a maioria das sementes, floriu.
Floriu e se fez planta e agora
é quase uma árvore.
Alta, sólida, resistente às intempéries
da vida, determinada e perseverante.
Rego-a todos os dias e ela vai crescendo.
Alimento a esperança e o  sonho
de a ver crescer a cada dia por muito tempo e
então ponho-me a olhar para ela, apreciando-a
acarinhando-a, alimentando-a com a meu suor.
É linda a minha árvore!
Ano após ano,sempre crescendo!
Um dia, espero, dará frutos,tão belos quanto ela
e então, serei terra outra vez!

MDBranquinho

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O tempo e a vida




Assusta-me a velocidade da vida.
Os dias sucedem-se vertiginosamente
e eu olho-me no espelho e,
 odeio o tempo!
A sabedoria que ao tempo devo não é NADA!
Nada que me devolva a juventude, nada que 
possa retroceder o seu curso. 
É mentira se dizemos que a idade traz o saber.
Enganamos a realidade, mascaramos o que é
a verdade:
O tempo mata-nos,dia após dia.
Essa é que é a verdade, nua, crua,
mal saborosa.
Os cabelos branqueiam, a pele enruga,
a memória atraiçoa e o espelho, esse,
tem uma existência malévola e deprimente.
O tempo, o tempo...
Quem o inventou será  imune ao seu passar,
sem marcas,sem feridas, 
viverá eternamente!
MDBranquinho

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Os restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen vão para o Panteão Nacional

"As coisas que passam ficam  para sempre numa história exata"

São hoje trasladados os restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen.O corpo da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen, falecida há dez anos, é trasladado hoje, quarta-feira, dia 2 de julho de 2014, do cemitério de Carnide para o Panteão Nacional, em Lisboa, numa cerimónia que se inicia às 16:30 e deverá terminar pelas 20:30. Uma das maiores poetisas Portuguesas terá o lugar mais honroso no local maior de Portugal para o descanso eterno. Merecido decerto, pois Sophia de Mello Breyner Andresen produziu dos mais belos poemas que o mundo pode testemunhar. Amante da água, da natureza, Sophia eternizou este amor nos seus escritos, ao longo da sua vida de escritora.Sophia de Mello Breyner Andresen (Porto6 de Novembro de 1919 — Lisboa2 de Julho de 2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.



De modo geral, o universo temático da Autora é abrangente e pode ser representado pelos seguintes pontos resumidos (Besse, 1990, 11,13; Pessoa, 2006:15):
  • A busca da justiça, do equilíbrio, da harmonia e a exigência do moral
  • Tomada de consciência do tempo em que vivemos
  • A Natureza e o Mar – espaços eufóricos e referenciais para qualquer ser humano
  • O tema da casa
  • Amor
  • Vida em oposição à morte
  • Memória da infância
  • Valores da antiguidade clássica, naturalismo helénico
  • Idealismo e individualismo ao nível psicológico
  • O poeta como pastor do absoluto
  • O humanismo cristão
  • A crença em valores messiânicos e sebastianistas
  • Separação
Quanto ao estilo de linguagem de 'Sophia de Mello Breyner Andresen, podemos constatar que, como refere Besse (op.cit: 14), Sophia de Mello Breyner tem um estilo característico, cujas marcas mais evidentes são: o valor hierático da palavra, a expressão rigorosa, o apelo à visão clarificadora, riqueza de símbolos e alegorias, sinestesias e ritmo evocador de uma dimensão ritual. Nota-se uma "transparência da palavra na sua relação da linguagem com as coisas, a luminosidade de um mundo onde intelecto e ritmo se harmonizam na forma melódica, perfeita".

in Wikipedia


Entre os muitos livros de prosa publicados, os mais conhecidos são:

- O Rapaz de bronze, Lisboa, 1956;
- A Menina do Mar , Porto, 1958;
- A Fada Oriana, Porto, 1958;
- Noite de Natal,Lisboa,1960;
- O Cavaleiro da Dinamarca, Porto, 1964;
- A Floresta, Porto, 1968;
Histórias da Terra e do Mar, Lisboa, 1984;
- A Árvore, Porto , 1985.

            Alguns dos seus livros de poesia:  
-Poesia, Coimbra, 1944;
-Dia do Mar, Lisboa, 1947;
-Mar Novo, Lisboa, 1958;
-Livro Sexto, Lisboa, 1962.


Biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen