quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ontem fui ver o mar



Ontem fui ver o mar.
Como estava lindo!
Enchi os meus olhos
e o meu peito,
de mar.
As ondas, desmaiando na praia,
em vai vens cadenciados,
desfeitas em espuma branca,
tão puras!
O sol criava reflexos tão luminosos
naquele verde azul,
quase encandeando os meus olhos,
tornava as águas mais brilhantes
e sedutoras.
Vi gaivotas sobrevoando em voos planados
como que dançando ao som do mar
e do vento, livres!
Da falésia, o mar a perder de vista.
Como me senti feliz!
Gosto  do mar, imponente,
forte e indomável, como toda
a Natureza.
Gosto de me sentir pequenina
diante dele,
gosto de o amar
embora o tema.
É tão belo e arrebatador,
o mar.
Faz-me tão bem,
o mar!

Mª Dulce Branquinho

domingo, 19 de agosto de 2012

Do meu quarto vejo o Tejo



Castelo de Almourol - uma ilha no Tejo

Da varanda do meu quarto
olho o Tejo  incessante,
cumprindo o seu destino.
Tantas são as saudades,
vai fluindo, abraçar o mar,
como abraça a mãe de saudades,
o menino.
Numa mistura de revolta e alegria,
segue o seu caminho,
rumo ao mar largo e agitado.
Nada mais dele se ouvirá falar
algum dia,
no Atlântico enorme,
profundo e salgado.
É assim este Tejo em seu longo serpentear,
fértil, e determinado
na sua caminhada resoluta.
Espelho do sol,  à noite cama  do luar,
têm vida as suas margens
onde fervilha dia a dia,a labuta.
Encerra segredos, em suas águas e
lendas  de magia e mistério.
Tuas ninfas inspirarão
dores e mágoas porque
foste águas de partida
para o luso império.
Bendito sejas,  ó Tejo encantado,
berço de tantos poetas e pintores.
És rio grande de mil cores pintado,
 pai generoso e muito amado!

Mª Dulce Branquinho

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Mar revolto


Olhando mar, enrolando na espuma,
talvez revolto, tal como a minh'alma.
Repouso nele o meu espírito,
como preciso!
Sinto nele toda a vida
que me faz resistir
a tanta tristeza.
Alegra-se um pouco o meu coração,
como se ali, renovasse esperanças.
Encho o peito de ar, respiro fundo e
quero ainda continuar.
Meus olhos enchem-se de sal, ardem,
limpam-se da dor e vêem mais claro.
Não desistas, não desistas, fala-me uma voz
que não sei o nome. Serei eu?
Não saberei nunca, mas vou continuar,
acreditando nela.

Mª Dulce Branquinho