sexta-feira, 30 de março de 2012

Os dias da fome


Há gente que finge que existe
Nestes dias que  hoje correm
Como se um existir assim tão triste
fosse um prémio dos que tudo podem.

Tristes são estes  dias da fome,
do desespero dos que nada têm
gratos, na vergonha que os consome,
são mantidos pelas mãos do bem,

Têm olhares vagos e distantes
em mil pensamentos perdidos
Fracos caminham vagueantes
Almas de tranparentes sentidos

Veem-se-lhes nos rostos as almas
maceradas pelo cansaço, pela dor
As  mãos fortes, capazes e calmas
estão agora atadas, caídas - sem valor.

Mª Dulce Branquinho

segunda-feira, 26 de março de 2012

Dia do Livro português


Comemora-se hoje, dia 26  de Março, o Dia do Livro Português


São tantos e tão bons que vale a pena lê-los. São de poesia,  prosa poética, prosa, incluindo contos, romances ou apenas dissertações sobre um qualquer tema. Do romance histórico à pura ficção, dos infantis ao romance psicológico, enfim são muito os géneros utilizados pelos nossos escritores. Encontra-mo-los, não só em Portugal, como em muitos países de língua oficial portuguesa, tão rica em vocábulos, propiciando uma  grande riqueza à escrita e uma, não menor, riqueza de sentidos. Não vale apenas comprá-los, mas lê-los e fruí-los, conhecer os seus autores e valorizar o que a nossa massa intelectual, ou não, produz na nossa língua mãe.

     So

 
                                                 

 
E tantos, tantos outros ...
Para conhecer  mais autores clique neste link:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_escritores_de_l%C3%ADngua_portuguesa 

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

 Quadro 'Mulheres, Flores e Araras' Di Cavalcanti

Ele há tanta mulher...
Ele há tanta mulher! mas por que fantasia
Entre tantas, só uma a nossa simpatia
Distingue, escolhe e quer! Uma só avassala,
Nos dulcifica o olhar e nos perturba a fala!
Quando ela passa, o ar tem um perfume casto,
Embriaga o sorrir! Quando nos olha, o vasto
Campo negro do céu, cheio de tanta estrela,
Nenhuma tem, com luz,que imite os olhos dela!
Em tudo nos parece extraordinário ser:
Na graça do andar, no mimo do dizer;
Tudo nela é tão bom, tão engraçado, ilude, 
Que a própria imperfeição transforma-se em virtude!
Quando aparece, a alma alegra-se, tão cheia
De luz,como ao domingo o adro duma aldeia!
Quando foge, se afasta, o nosso pensamento
Vai atrás dela louco e carinhoso e atento,
A recordar-lhe o ar, a graça, o todo belo,
O som da sua voz, a cor do seu cabelo,
O que empresta à saudade essa doce tortura...
Quando ela chora, ó céus! que hórrida amargura!
É como se o mar todo, em lágrimas desfeito,
Caísse,sem cessar,dentro do nosso peito!
Ele há tanta mulher! mas por que fantasia
Entre tantas só uma a nossa simpatia
Distingue, escolhe e quer!
Marcelino Mesquita