sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

É NATAL?



É Natal mas não o sinto.
Há demasiada tristeza,
fome, lágrimas e corações
frios.
Não consigo sentir-me alegre.
Penso nos que partiram,
todos os que amava e de quem
sinto a ausência, penso nos que,
embora vivos são moribundos
da sociedade, enregelados por tanta
insensibilidade e sinto raiva,
uma revolta tão profunda!
Tempos virão, pressinto,
em que, todos juntos
acenderemos muitas luzes,
aqueceremos os corações,
abriremos novos caminhos,
mudaremos a cor do nosso céu.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O mundo da música ficou mais pobre. Cesária Évora, a "diva dos pés descalços" morre aos 70 anos na sua terra natal



A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje sábado, dia 17 de Dezembro. O funeral está marcado para a próxima terça-feira
 Cesária Évora morreu neste sábado aos 70 anos, num hospital na ilha de São Vicente, na sequência de complicações cardíaco-respiratórias. A cantora cabo-verdiana é lembrada como a diva que levou a música de Cabo Verde para o mundo.

Cidade do Mindelo em S. Vicente
Cesária, ganhou o  prémio Grammy em 2003 pelo seu papel na divulgação internacional da música folclórica de Cabo Verde, tinha-se aposentado em setembro deste ano, por motivos de saúde. Nos últimos anos, tinha- se submetido a várias cirurgias.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Receios


Tenho medo.
Sinto o coração bater na boca
e,
a ansiedade gela-me o estômago.
O futuro  antevê-se sombrio e cinzento
tal como o conheci
na  minha infância.
A tristeza , minha parceira diária,
par
do medo que me habita o pensamento,
invade-me a alma e adia-me
os sonhos.
Sinto saudades, recuso aceitar
a morte
dos que já partiram e dos que,
ainda vivos um dia
partirão.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Parabéns, Mamã!


Neste dia fizeste teus pais os reis mais felizes,
A princesa do seu amor, iluminava-lhes a vida.
Encheram-se de fé e orgulho em tons matizes
Almas cheias, sorrindo,  apesar da muita lida.

Sabiam e temiam os cadilhos do teu crescer,
mas caminharam firmes acrescentando amor
à tua vida, que um dia  haveria de ser mulher
sólida, determinada, guia, mãe de tanto valor.

Hoje mais um aniversário teu festejaríamos
não fosses desta vida tão cedo ter partido,
deixando saudades de tudo o que faríamos
Estivesses ainda aqui, teríamos de certo rido.

Gosto de recordar-te cada dia que passa
como se recordar-te fosse ainda viver-te
mesmo que isso me ponha triste, sem graça
lembro mais uma vez a dor que foi perder-te.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Horizonte incerto


Olho o horizonte coberto pela espessa neblina
Imaginando as  formas ocultas pelos seus limites,
linha final ténue e indistinta, no cimo da colina,
Cerro  meus  olhos e vejo somente rostos tristes.

Aprendo a ver nas sombras  cruas e cinzentas
os raios quentes de sol sorrindo só para mim,
reconfortantes, abraçando minhas tormentas,
dolorosas penas, pérolas pisadas, dor sem fim.

São mais leves as dores quentes, amaciadas,
por toda a minha vida  poder fazer sentido.
Tenho a cabeça a alma  e dores  tão aliviadas,
Por fazer meu rasto  num caminho mais florido.

És tu , filho, flor do meu jardim muito cuidado,
a força do meu longo caminho sinuoso,duro e só!
Mesmo quando não há sol no céu escuro e nublado,
a boca é fel, a alma sangra e o coração digno de dó!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Abrindo caminhos


Tarefa árdua, esta de ser 
professor!
Muito suor, doses grandes de paciência, 
compreensão, amor, bom senso...
Ser professor, hoje é
ser mãe, 
pai,
 psicólogo,
 médico, 
educador 
e tantas vezes 
conselheiro.
Ser forte, saber agir,
Ser sensível, saber ouvir,
saber receber, e muito mais dar.
Ser professor é saber ensinar e aprender
abrir caminhos e avançar,
orientar direções e saber superar.
Nada de monotonia, em cada dia
a novidade
dos que crescem, passo a passo
se afirmam, brigam, magoam,
choram, riem e seguem
seus destinos.
Comove-se de orgulho o professor
ao vê-los quando partem, em passo firme
rumo ao futuro, 
felizes por lhes terem sido
abertos os caminhos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Como torres de Babel ( homenagem a todos os que morreram a 11 de Setembro de 2001)


Quais torres de Babel amaldiçoadas, ruíram
e milhares de vidas com elas sucumbiram.
Pilares humanos inocentes deixaram a  vida,
a morte veio, de súbito, antecipando a subida.

Sepultados pelo ódio, pela raiva e pela vingança,
famílias, amigos vivem agora da sua lembrança.
O país e o mundo recordam-os com saudade
na  determinação de viver em plena liberdade.

Heróis, os que morreram obstinados na missão,
avançando para o abismo guiados pelo coração.
Almas brancas ampararam, conduziram e salvaram
aqueles que as forças por fim abandonaram.

Era o dia do Anjo negro ameaçar o nosso mundo,
voando, infligindo o  terror num golpe profundo.
Foi num dia claro de sol que, destemido  se revelou.
o chão tremeu, o sangue correu, mas o Amor, forte, ficou.

sábado, 10 de setembro de 2011

A casa dos meus sonhos


Sonho vezes sem conta
com a casa que me viu crescer.
Pequena, alegre, luminosa,
onde chorei, ri e me tornei forte.
Esta casa viu-.me sonhar e ganhar,
viu-me amar e perder.
As suas paredes hoje calam histórias
que apenas habitam a minha memória.
Sei sentir o cheiro das nossas vidas,
e do suceder das estações.
O canto enamorado dos melros,
pousados nas árvores frondosas,
encantando o despertar,
com tons de  primavera.
Posso sentir o calor do Verão,
o cheiro da relva cortada,
as vozes brincando lá fora,
sem medos nas noites calmas.
Revejo os tons do outono em folhas caídas,
nas árvores nuas, no frio do Inverno,
sob a chuva morrinha e o vento 
fustigando as janelas
 de guilhotina e madeira.
Lembro ainda nostálgica, o meu quarto 
com vista para o Tejo, 
longínquo, a tocar o céu.
Esses tempos de vida em construção são, agora ,
as raízes fundas, fortes e bem vivas 
da minha existência.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Morreu uma Flor


Mais um nó na minha garganta!

Era uma jovem que a vida não quis.
Foi um pouco do futuro que se tornou passado.
Para todos os que a amam, fica a memória, a saudade, a tristeza.
Que vida é esta que dá e depois tira?
Que Deus é este que tira desta vida jovens flores?
Pouco mais era que um botão florindo e já secou!
Abraçada fortemente pela morte, não resiste.
Choram os que ficam, o céu abate-se sobre as suas vidas
e o chão foge-lhes.
Estão como que pairando sobre um mar revolto,
sem terra à vista. Como que num túnel sem luz ao fundo,
agarram-se uns aos outros e caminham devagar,
não sabem para onde.
Essa luz aparecerá, um dia:
Primeiro muito ténue e, pouco a pouco
revelar-se-á a saída.
Até lá cairão muitas vezes, ajudar-se-ão outras tantas.
Alguns hão-de querer voltar para trás, mas
a Vida empurrá-los-á para diante, enquanto ela,
a flor em botão,
permanecerá, para sempre,
longe desta vida!

Dedico estas palavras à Filipa Catarino que tão cedo deixou esta vida e a todos os que a amam e choram pela sua partida.

sábado, 13 de agosto de 2011

Memória viva



As tuas hábeis mãos, maravilhas!
Contra ventos e marés, tanta lida.
Nunca te esquecerão tuas filhas,
serás sempre parte da nossa vida.

Parecendo que um dia ainda voltarás.
vejo na memória sempre tua imagem.
Essa alegria jamais, mãe, nos darás;
Sem volta partiste em triste viagem.

Restam agora memórias suaves,
dos momentos da vida mais duros,
uns comuns, outros reais milagres
gerados nos sentimentos mais puros.

Gostava de poder oferecer-te uma flor
mas não sei como, apenas fica o desejo,
mostar que continua por ti o mesmo amor,
saudades porque há tanto que te não vejo!


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Verão na Planície


É Verão!
Na planície alentejana
o sol ondula por sobre
as searas douradas.
Som, apenas o do silêncio
entrecortado pelas cigarras,
incansáveis na procura de uma brisa.
Água apenas na forma de seiva que,
teimosamente alimenta o pão, o ouro
e a cortiça.
É lindo o alentejo, até no Verão!
É puro, limpo, natural o seu pulsar
letárgico, quase morto.
Há nele, porém tanta vida,
tão intensa,
quanto discreta.
No horizonte há silhuetas de aves,
mães estremosas, cuidando do seu lar.
Há recortes de árvores retorcidas pelo sol,
desesperadas por manter a vida, olhando o céu
na esperança de uma nuvem!
Há um aroma forte a ervas, tojo,
carqueja, alecrim e rosmaninho que,
desinteressadamente,
dão cores à planicie, paleta única e
incomparável!

sábado, 23 de julho de 2011

Mar, meu amigo


Se eu puder olhar o azul do mar
calmo ou revolto,
Se eu estiver triste,
Se nenhuma mão me puder consolar,
Se nada neste mundo me fizer sorrir,
é ele, o mar, que me traz
a paz que o meu espírito grita.
É ele, o mar, tão grande,
capaz de recolher todas as pérolas
de sal que aclaram e purificam
a minha alma escura,
melancólica, saudosa,
sangrando por qualquer dor.
É ele o mar, tão lindo, tão forte,
nosso pai, fonte de vida, o único que,
sem palavras,
ouve os meus lamentos,
recebe todas as  lágrimas,
torna mais leves meus pesos.
Mesmo se o não visse,
apenas o ouvisse,
Seria ele, o mar,
o som do seu vaivém,
o cheiro da sua vida
que haveria de tornar
todas as minhas dores menores.
Mas não, não vejo o mar, não o ouço
sempre que dele preciso.
Triste, amargurada,
já não rio como dantes.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sonhando vivemos I


Dói-me a alma pelo tempo que foge.
Tão veloz, esta passagem, como vento que sopra
e nos incomóda, nos põe nostalgicos, a recordar...
Recordar é viver.
Será?
Ou antes a evidência, inevitável
do caminho cada vez mais curto?
Efémera esvoaçando inconsciente da vida breve,
esta existência angustiante de sermos conduzidos
na estrada que nos leva - a Vida.
Tempos breves os dos sorrisos, alegria e sonhos
parecendo quando crianças inesgotáveis, porém
tão aparentes na sua verdade.
Tantos sonhos, onde estão?
A vida sem sonhos é mera existência.
Sonhemos, inventemos mais sonhos, cada dia
prolongando nossas vidas,
na sede de alcançá-los.
Os sonhos impelem-nos, obrigam-nos a lutar,
a vencer batalhas,
 a sentir o sangue correr nos nossos corpos
cansados,
mas tão vivos!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Chove nos meus olhos


Dias de chuva morrinha,
tristes, melancólicos,doentes,
Irmãos dos meus dias
quando a saudade me visita.
Sinto-me só.
Tantas vezes, tão só!
Uma solidão me atinge a alma
e molha as minhas janelas
onde as gotas de chuva se detêem
e escorrem no vidro frio e
embaciado.
No meu peito sangram saudades
Na minha alma as feridas não saram!
As minhas mãos vão produzindo o que
aprendi e não quero esquecer.
Ficou muito por confesar e outro tanto
por partilhar, contigo mãe.
Preciso tantas vezes do teu saber,
do conforto de te saber ali.
Sinto cada dia mais a revolta inconformada
de te ter perdido.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Tempo sem estrelas



O tempo dá e é ladrão.
Com o tempo ganhei
tudo o que sou, mas perdi,
a que outrora era sonhadora,
cheia de esperança, crendo
no tempo.
Flori a minha única esperaça
de ver meus sonhos reais,
mas,em pouco tempo perdi
aquela que me deu vida.
O que o tempo me deu
em sabedoria e sensatez,
foi-me tirando no amor
de alguns que mantenho
vivos, embora
não presentes.
Tirou-me a ilusão
de um mundo melhor, onde
a solideriedade e o amor fossem
bússola,
astrolábio,
ou simplesmente,
estrelas!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vida de lida


Que lida esta vida,
tão sofrida!
Vida nem sempre vivida,
 mas nunca perdida,
num corre corre mecânico,
em velocidade furiosa.
Que louco este mundo,
tão ferido!
Tantas lágrimas choradas,
tantas canseiras passadas!
Tanta lida, tanta luta,
chorando, rindo,
Enfim, vivendo.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A morte em estado quase vivo

Era a figura da morte que ali estava à minha frente.
Era a degradação do ser humano.
Era o corpo feito trapo, era o olhar suplicante, que sei eu,
talvez contrariado, quem sabe, talvez não.
Era um corpo cambaleante, escanzelado, desideratado, o cabelo em desalinho.
Era o cheiro nauseabundo do vegetar e um corpo sem acção,
 quase a morrer, numa cama, no escuro do silêncio, na solidão, no limiar.
Sabe-se lá, ao certo a dor, a profunda desesperança que roeu,
trocidou este ser, até ali.
Que força foi aquela que cresceu momentaneamente,
naquele corpo e o pôs de pé, a tocar o mundo, a vida?
Talvez o desejo de quase morrer, de se sentir no limiar, na passagem, de sentir a saída
do mundo real, cruel e contrariador de todos os sonhos...mas não morrer de todo
Havia, ainda um fio ténue, muito fino, que a prendia à vida, uma força, uma vontade
arrependida?
De repente, a vida era ainda possível. Eram as nossas vozes a impedi-la de partir,
a puxá-la, a fazê-la existir.
Foi o estarmos lá,o desepero nas nossas vozes, os nossos corações pulsando desordenamente,
o terror quase insuportável que nos sufocava, que lhe deram alento, a esperança de ainda sobreviver?
Só ela o sabe.

domingo, 26 de junho de 2011

Ser Mãe


Na hora de ser mãe,
chorei uma alegria tão grande,
que mais parecia
um milagre feito!
Olhei o fruto que,  há muito
já amava
e preencheu-se-me a alma.
Hoje, cada dia mais,
vendo-o crescer,
fazer-se homem,
sinto,
a satisfação
do dever cumprido.
É por ele que luto,
é por ele que,
para mim ainda há-de vir,
sempre mais um dia,
com ou sem sol,
tanto faz.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Saudades da minha Mãe

Em toda a nossa vida a morte é coisa certa,
Como incertas são todas as nossas horas.
Ó dor, que em mim  presente ainda moras,
não sares, ferida, para sempre em mim aberta!

Apagar esta dor,minha  mãe, não, não quero,
que a dor que sinto traz-me a  tua lembrança.
Pela tua ausência sinto em mim vazia a esperança.
És imagem que sempre amarei e ainda venero!

Sabes Mãe, tenho tantas, tantas saudades tuas!
Quando  em sonhos te vejo fico tão contente!
Sorrio, mato saudades, conto-os a toda a gente,
os  instantes de breve ilusão que vivemos as duas.

Sinto a falta da  voz determinada e conselheira,
porto de abrigo de todas as nossas vicissitudes.
Sensata, firme e sábia em cada das tuas atitudes,
queria ter-te por mim, sempre perto companheira!

sábado, 18 de junho de 2011

Curta biografia de José Saramago- 1º e único Prémio Nobel da Literartura de Portugal


Foi galardoado com o Nobel da Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil, Uruguai e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Fiel Jardineiro e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador portuguêsAntónio Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
Nasceu no distrito de Santarém, na província geográfica do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director-adjunto do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco RebelloArmindo MagalhãesManuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.
in Wikipedia

Saramago volta a Lisboa um ano depois de se despedir da vida

As cinzas do Nobel da Literatura foram hoje depositadas junto à Casa dos Bicos, no Campo das Cebolas, 
em Lisboa, onde irá funcionar a Fundação Saramago. Na imagem o Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa e a ainda ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dos sentimentos às ideias


Sento-me para escrever.
Olho para o branco do papel
E as ideias  sem eu  querer,
Surgem num verdadeiro tropel.

É tão grande o meu sentir,
É tanto o meu calar
Que sinto na alma ferir
O que a razão não pode sarar.

  Vejo gente na vida a morrer
 sem a ter de facto vivido
     Vejo nos olhos brilhando correr
     lágrimas do muito sofrido.

  Vivam a vida sem amarras
 livres de todas as prisões!
      Vivam bem soltos das garras 
       dos que teimam em dar-nos lições!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

123º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa- Retrato de Almada Negreiros

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".
Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos seis anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu a língua inglesa. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.
Ao longo da vida trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, ativista político, tradutor, jornalista, inventor, publicitário e publicista, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".
Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática aos 47 anos, na cidade onde nasceu. Sua última frase foi escrita em Inglês: "I know not what tomorrow will bring… " ("Não sei o que o amanhã trará").
in Wikipedia


Heterónimos:
  • Álvaro de Campos
  • Ricardo Reis
  • Alberto Caeiro
  • Bernardo Soares ( semi-heterónimo)


domingo, 12 de junho de 2011

Quadras a Santo António



Santo  António de Portugal
Das solteiras o mais querido
 Como ele não há santo igual
  Pra pedirem um bom marido!

Com mil  arquinhos e balões
Se fazem as festas dos santos
Mais fogueiras risos, cantares
Dão às noites outros encantos!

Ó meu rico santo Antoninho
Nas noites de Junho ao luar
Cheira a sardinha, pão e vinho
Está na hora de irmos folgar!



sexta-feira, 10 de junho de 2011

Malhas da vida


Nas malhas que a vida tece
mantas  de  todas  as cores,
Vemos  o mundo  e apetece
Pintá-lo de  todas  as cores!

No desespero e  na  prece,
refúgio  de todas  as dores,
Nenhum  ser vivo arrefece
Morre-se vivem-se horrores.

Vamos destrancar  corações
Cuidar e Amar este mundo 
Espalhar doces compreenções,
 Dedicar-lhe amor bem profundo

domingo, 5 de junho de 2011

Reflexões



Da obrigação, da responsabilidade ao
prazer da descontração, apenas o
breve tempo de um gesto, momento de
decisão, sempre tão desejado e
quantas vezes Impossível!



Se em nós existe
a vontade de justiça,
porquê então, não conseguimos
a proeza,a humildade de
a fazer, de a receber,
enfim, de com ela viver?


sábado, 4 de junho de 2011

Sentidos


Da fonte dos sentidos
para um espelho de papel,
derramei meus proibídos
numa torre de Babel.

Separados numa lógica
unidos pele fonte,
tocam-nos qual mágoa,
ligam-nos como ponte.

Prodígio da Natureza,
mãe de todas as artes
Do sentir nasce a beleza
de o dizer de todas as sortes

domingo, 29 de maio de 2011

Viver


Viver é ser livre.
Pensar, decidir, agir, reflectir sem amarras, sem fantasmas assombrando o nosso ser.
A nossa consciência só será verdadeiramente livre se pudermos colocar em prática as nossas decisões e convicções, sem estarmos reféns do pensamento geral .
Ser livre é ser único. No sentido em que, cada um de nós é um ser de características muito próprias. Devemos manter a nossa individualidade, sempre que acharmos que é essa a nossa vontade, a vontade da nossa consciência, que nos impele a agir sem preconceitos, fiéis a nós próprios.

Os seus comentários são sempre bem-vindos!


Se é meu visitante ou seguidor...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ao meu pai no dia do seu aniversário


Mais um Verão
O ar é quente
e o Sol
é vida que passa
e não se esgota.
A fruta é madura,
refrescante
e o mar
Sussurra a calma.
Se o tempo passa
a vida é nossa e,
não há tristeza maior
que a de não poder
Viver.
Viver é conhecer da vida
todos os cantos.
todas as estações.
Vive pois, ama 
E agradece!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A pulso

Por caminhos estreitos e sinuosos
vou subindo esta montanha,
 a pulso.
Os ouvidos estalam e a respiração é,
 a cada passo mais ofegante.
Na ânsia de chegar ao topo,
mal consigo contemplar a paisagem.
Estou exausta, nas não paro.
Subo, subo,
 o meu peito arfa,
inclino-me cada vez mais 
para a frente. 
Desejo parar, 
mas não posso!
Há ainda tanto caminho,
tantas pedras a transpor!
E continuo,
Não posso parar,
não quero parar.
Tenho pena de quase não olhar
a paisagem, desfrutar o belo,
aliviar o cansaço,
respirar,
respirar!
Ah, se eu conseguir cumprir este caminho!
Cansada, muito cansada, quase rastejando
mas  feliz!

domingo, 15 de maio de 2011

Pensamentos simples

A força do amor não retribuído
é como um vício
que mata aos poucos,
destroi
e queima
até às cinzas.

A tristeza é um estado doloroso
onde,
perdidos,
nos encontramos.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Foi bom amar-te

Amei uma vida.
Um sonho, que, ao perder-te,
quase morreu.
Recordei a imagem que
acariciei,
guardei e,
sem querer saber,
amei.
Naveguei, naveguei,
meu barco naufraguei,
fui mulher, mãe,
montanhas  conquistei,
á dor 
sobrevivi!
À tempestade, tu minha bonança,
sobrevieste.
Serena, a tua voz amiga
em mim brilhou e,
dos teus olhos jorrava luz
que senti, tão profunda,
a falar de Nós!
E, agora, ambos morremos,
fechámos nossos corações
e
dissemo-nos 
Adeus!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Amiga madrugada

Na madrugada escura
é que o pensamento turvo
se aclara.
É que  a tudo que magoa,
se resiste,
na ânsia,
na esperança
de um sol
nascente.

Fico à espera...

Young Woman Writing
Pierre Bonnard

Voluntariamente forçada
a fechar-me entre as quatro paredes
do meu quarto,
e tendo como companhia a solidão e a tristeza,
encontro consolo no papel e na tinta
que correm à minha medida.
A dor me destrói e me anima,
de uma vontade quase louca
de me sentir Eu.
Há qualquer coisa que pressinto
e que me diz
que falta pouco.
Para quê?
Fico à espera.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mais Reflexões



A tristeza é um estado doloroso
onde, perdidos
 nos encontramos.


A liberdade de viver
é poder fazer, sentir, amar
e dizer
o que o coração
entender.